quinta-feira, 13 de junho de 2013

Até a GLOBO está ajudando a dar mais visibilidade às relações positivas entre Pais Gays e seus filhos

Gostei muito de ver hoje o programa Encontro com a Fátima Bernardes sobre o Pai Gay e a revelação para seu filho!

Programas assim são oportunidades de se confirmar o que as pesquisas na área da psicologia, Sociologia, Antropologia, sempre assinalam: que a homoafetividade do pai não prejudica os filhos, que um pai que não é heterossexual pode ser um excelente pai!

Hoje de manhã o programa da Globo mostrou depoimentos de filhos (hoje já crescidos) contando como sentiram a revelação da homossexualidade de seu pai. Os filhos falaram (este é sempre o grande temor do pai) que nada mudou nessa relação de admiração e respeito por seu pai; isso sempre houve e não mudou com a revelação. Considerando que cada um deve ter seu jeito e seu tempo de falar, de revelar; considerando que as relações que o pai tem com seu filho - anterior, durante e posterior - à revelação é muito importante, mesmo assim os resultados da revelação apontam aspectos muito positivos. Assim fica cada vez mais claro que os temores do pai, diante da necessidade de contar ao próprio filho sua orientação homossexual, são maiores do que a realidade das histórias de vida e dos depoimentos dos filhos. 
Alguns aspectos chamam nossa atenção nos relatos do programa de hoje: os filhos assinalando sua relação de respeito, admiração,  amor pelo pai....que nada mudou na boa relação que construíram; o pai salientando sua necessidade de contar porque os outros familiares, amigos, a mãe, já sabiam de sua homoafetividade e que ele não queria guardar segredo para seu filho; o pai salientando a boa relação que sempre teve  com a mãe de seu filho, que isso promoveu oportunidade de criar um jeito bom de conversar com o filho. Esses mesmos pontos são de fato o que se observa nas várias histórias positivas de como os filhos ficam sabendo da homossexualidade de seu pai, ou seja, desde a pesquisa de nosso doutorado nada mudou!
E tem um ultimo aspecto bom para se repensar aqui. Sobre o sentimento positivo de um filho, cujo pai revelou sua homossexualidade quando ele tinha 8 anos. Ele relata que sua preocupação na época era com seu pai, que ficaria infeliz, que o pai sofreria, quando os outros soubessem. E seu pai muito tranquilamente lhe contou que ele não estava infeliz com isso, que sua mãe já sabia, que as pessoas sabiam, que tudo estava bem e que ele não se incomodava nem um pouco com isso. Que ótimo, porque esse filho e esse pai, aliviados, riram juntos!

E fico pensando que seria muito positivo se muitos de nós do grupo de pais HOMOPATER  pudéssemos mostrar ao mundo, à GLOBO, à Fátima Bernardes todas as histórias de sucesso, de coragem e principalmente de amor. Essas histórias também foram construídas nas relações respeitosas que os pais que se revelaram para seus filhos nos contam nos encontros do nosso grupo! E você, que é pai que tem envolvimento homoafetivo, tem alguma história ou de medo ou de coragem com relação à revelação para seu filho?

4 comentários:

  1. Hoje eu saí com minha filha com jeito bem fashion...não há problemas na nossa relação porque a mãe dela colabora...e também porque meu jeito livre ajuda bastante nessa hora...

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  2. Luiz Gustavo é sempre bom ter participação de mais pais por aqui. Conte para nós, você teve alguma atitude que possa ter influenciado para favorecer essa postura mais colaboradora da mãe de sua filha? Será que tem alguma dica para nos dar? grande abraço!

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    1. Boa tarde Dra.Vera,
      Realmente eu tive que que fazer uma coisa que poucos homens fazem: A separação entre filiação e a união com a mãe....muitos,tanto homo como héteros,separam da mulher e dos filhos também. Parece que querem herdar o caráter animal onde o macho só se liga à fêmea,não aos filhotes...e mesmo assim não são todas as espécies.É preciso que os caracteres do movimento feminista, e até mesmo o anti-sexista, sejam usados como base no meio homo masculino;pois atualmente só o vejo em massa no meio homo ou hétero femininos...tem que haver uma explicação para isso...não devemos sempre nos perguntar uma coisa dessas?

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    2. Você tem razão, é necessário que os homens assumam que precisam, que tem direito de exercer a paternidade e parentalidade de sua prole, não apenas pelos filhos mas por ele mesmo, o pai. Hoje em dia isso é cada dia mais uma realidade visível, principalmente por parte dos homens, pais e gays aqui de nosso grupo homopater. É uma minoria que se afasta dos filhos; quando o faz é por inteira impossibilidade de convívio visto que foi alienado pela mãe ou ainda para viver uma relação com outra pessoa. De fato eu diria que tem sim, várias explicações para tal atitude do homem, pai e não apenas de quem é gay. E isso dá uma boa discussão! abçs

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